A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) decidiu em 29 de Junho aumentar em 52% o valor da bandeira vermelha patamar 2, taxa extra cobrada na conta de energia. A partir de julho, a taxa passa de R$ 6,243 por 100 kWh consumidos para R$ 9,49 por 100 kWh. As bandeiras tarifárias são cobradas na conta de luz dependendo das condições de geração de energia no país. Quando as condições são favoráveis, não há cobrança (bandeira verde). Quando há problemas, são cobradas as bandeiras amarela, vermelha ou vermelha patamar 2, a mais alta
O Brasil passa pela maior crise hídrica em mais de 90 anos, o que reduziu o nível dos reservatórios das hidrelétricas. Por isso, o país precisa acionar as usinas térmicas, que produzem energia mais cara. Na reunião que decidiu o aumento, os diretores da Aneel afirmaram que a conjuntura é “excepcional” e pode piorar. Há grande probabilidade de termos, no segundo semestre de 2021, cenários mais críticos do que os até aqui conhecidos” – Sandoval Feitosa, diretor da ANEEL.
Diante da falta de chuvas, a área técnica da Aneel havia defendido um aumento ainda maior na bandeira vermelha patamar 2, de 84%, o que levaria a taxa para R$ 11,50 por 100 kWh consumidos. O acréscimo envolveria uma mudança na metodologia de cálculo das bandeiras. Por isso, a agência decidiu adotar um aumento menor agora e convocar uma consulta pública para debater as alterações de metodologia. Assim, há a possibilidade de a bandeira subir novamente após a consulta pública. As bandeiras tarifárias não afetam os consumidores que estão no mercado livre, essa cobrança é exclusiva do mercado cativo.